Ela sempre foi discreta em suas incorporações... Compenetrada e objetiva em suas respostas. Sempre olhou firmemente nos olhos das pessoas, explicando detalhadamente a situação. Nunca omitiu a verdade. Ela canta seu ponto e explica sua história: "Maria Padilha vem na Linha do Cemitério, Maria Padilha vem na Linha do Cemitério, ela não ri, ela não ri, ela sempre fala sério! Ela não ri, ela não ri, ela sempre fala sério." (...) Possui muitos filhos para resgatar. Ama a todos e não quer perder nenhum. Enquanto não vê-los sãos e salvos não deixará de trabalhar e escolheu a Calunga para isso. Ela é guardiã dos mistérios femininos.
Aprendi a respeitar essa senhora. Ela me ensinou que Pombagira é um dos mistérios da Umbanda Sagrada e que conhecemos muito pouco sobre o trabalho que elas realizam abnegadamente nas regiões umbralinas. São socorristas e mensageiras de nossa Mãe Maria. Trabalham resgatando os espíritos mais corrompidos da esfera terrestre. As pombagiras vão aonde ninguém mais vai: no mais baixo umbral! E com amor e abnegação recuperam um ser extraviado de sua família. Usam a aparência sedutora para auxiliar no resgate... Não se vestem de "anjos" para não assustar o socorrido. Assim, caminham pelas esferas umbralinas sem chamarem a atenção. Como mulheres "mundanas" podem passar despercebidas pelos seres umbralinos e são aceitas com menor desconfiança pelo resgatado.
Essa Maria Padilha viveu muitas vidas na Terra, mas transformou-se totalmente quando conheceu Jesus... Disse que pertenceu à falange das mulheres que trabalham com Maria Madalena e se sentiu amada e acolhida no amor de Cristo. Nunca mais quis deixar de serví-Lo! Cumpre sua missão com amor abnegado. Ela diz que pode contar que viveu também no século III (em Roma) e vivenciou toda a história cristã em sua vida, juntamente com outras pessoas perseguidas pelo Império. Morreu em uma Arena, por se recusar a seguir as ordens dadas pelo Imperador.
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