segunda-feira, 19 de abril de 2021

SETE SAIAS

 


Conta uma história que em uma noite de consulta...

Sete Saias estava incorporada em uma moça atendendo ao povo...

Foi então que uma senhora veio até ela pedir que ela ajudasse a soltar seu filho...

Que estava preso em uma penitenciária no interior...

O apelo da mulher era muito comovente, ela se ajoelhou aos pés de Sete Saias e implorou...

Pois não tinha dinheiro, mas sabia que seu filho era inocente...

Sete Saias então pediu que ela trouxesse uma peça de roupa do rapaz...

E que a mulher lhe desse uma foto do rapaz com o nome dele no verso...

Sem demora a mulher trouxe um velho agasalho de lã feito a mão...

E também uma foto 3x4 do rapaz com o nome escrito atrás...

"Rivaldo Silveira Santos"

Sete Saias pediu que a mulher aguardasse!

Ela faria tudo que pudesse mas iria soltar seu filho...

Sete Saias saiu á luz do dia!

Impressionante redemoinho de poeira avermelhada, os vivos viam e corriam...

Mas não suspeitavam de nada, era somente um vendaval...

Porém no meio dele estava ela!

Esse redemoinho se arrastou por uma longa distancia...

E após muitas milhas ele se dissipou e ela chegou no destino...

Sim ela havia cruzado o estado e encontrado a penitenciária...

Por ter tocado na roupa do rapaz ela pode localizar a cela que ele estava...

Pois sentia a sua energia...

Sete Saias vestia sua saia de babados preta e vermelha e um espartilho preto...

O lugar era imundo, os ratos corriam livremente nos corredores úmidos e mal iluminados...

A cela do rapaz era a última do corredor!

Ele dividia a cela com mais vinte e dois detentos...

Ele era um rapaz baixo, moreno e magro com o cabelo recentemente raspado...

A cela fedia a urina!

Ele estava abaixado, encolhido no canto da parede...

Sete saias atravessou as barras e se aproximou dele...

Ela pode ver que ele estava ferido!

Ele havia sido violentado por seus companheiros de cela e sangrava...

Suas calças estavam ensopadas de sangue e ele chorava em silêncio...

Ele estava preso a sete meses sem julgamento...

Sete Saias se aproximou dele e vendo seu sofrimento...

Ela pensou em como esse mundo é cruel...

Ela ouviu o rapaz murmurar:

"Jesus... ajude... Me mate"...

Ela tocou a testa do rapaz e perguntou para a alma do jovem que crime ele havia cometido?

E a alma revelou!

Como um filme ela pode ver o que levou o menino para a cela...

O rapaz invadiu uma farmácia durante a Madrugada para roubar remédios...

Sua mãe era doente e ele não tinha dinheiro para comprar os medicamentos...

O alarme soou e o dono da farmácia chamou a polícia...

E mesmo devolvendo os remédios roubados!

O farmacêutico prestou queixa e o menino foi pra cadeia...

Sete Saias então decidiu que iria tirar o rapaz daquela cadeia imediatamente...

Ela mesma pensou que o proprio Deus havia enviado ela ali para salvar aquele menino...

No predio todos comentavam que havia um auxiliar de juiz presente durante a semana...

Selecionando as fichas dos presos que seriam julgados...

Em uma sala bem iluminada o funcionário gordo e preguiçoso...

Estava em uma sala com grandes janelas na parte exterior do presídio...

E ao invés de trabalhar ele assistia televisão e comia uma porção de salgados gordurentos...

A camisa aberta do roliço revelava um peito salpicado de farelo amarelo...

O homem era mesmo um porco!

Sete Saias entrou naquela sala e viu sobre a mesa uma pilha de papéis...

Chegava quase quarenta centimetros...

Cada folha de papel daquela pilha era uma ficha de um preso que aguardava julgamento...

A ficha do rapaz era uma das últimas daquela pilha...

O telefone tocou e o funcionário atendeu, o juiz ordenava que ele levasse...

De cinco a quinze fichas que ele considerava de inocente...

Pois o juiz leria a ficha a veria se poderia arquivar o processo...

E libertar alguns presos para que diminuice a superlotação...

O funcionario em sua lezeira não havia analizado nenhuma ficha...

E por isso ele rapidamente folheou a as primeiras folhas da pilha...

E pegou as que tinham textos pequenos e foi correndo em direção a porta para ir embora...

Nesse momento Sete Saias fez as janelas se abrirem e um vendaval entrou na sala...

Derrubando a pilha de papéis e fazendo o gordo derrubar as fichas que tinha na mãos...

No meio daquela bagunça o homem ficou perdido...

Fechou as janelas e então apanhou 5 fichas que estavam no chão perto dele...

E partiu com elas para o estacionamento!

Mal ele sabia que aquela bagunça que o vento criou...

Fez ele pegar uma ficha que não era de seus planos...

O processo era aquele que Sete Saias queria!

No dia seguinte seria julgado então o rapaz Rivaldo Silveira Santos...

Por obra de Sete Saias em poucas horas ele estaria livre...

Sete Saias decidiu passar a noite na cela junto com o rapaz...

Ela ficaria com ele até a hora de sua liberdade!

Ninguém lhe tocaria e nada lhe aconteceria!

Dentro de si ela ria e pensava:

"Eu daria uma boa Advogada"

No dia seguinte bem cedo o carcereiro veio abrir a cela...

E ele disse:

"O juiz anulou seu processo, você está livre"

O rapaz foi para casa!

Naquela noite ele e sua mãe foram ver Sete Saias em sua médium...

Na casa de Dama da Noite, eles choravam e agradeciam...

E lamentavam por não ter dinheiro para comprar algum presente para ela...

Sete Saia os abraçou e quando olhou para o rapaz ela disse:

- O unico pagamento que eu desejo é que você jamais perca a esperança...

- Você não está sozinho!

Laroye

(Pombo Gira Sete Saias)

Saravá Fraterno, Axé Filhos de Umbanda!

Pai Jonathas de Ogum.'. Nenhuma descrição de foto disponível.

sábado, 17 de abril de 2021

HISTÓRIA DA MARIA PADILHA DO CEMITÉRIO

 


Pode ser uma imagem de 1 pessoaAssim é contada a lenda desta formosa moça!

Nasci em uma cidade pequena, em uma familia católica...

Mas o meu destino estava traçado desde o nascimento...

Para minha familia eu era uma estranha!

Pois desde muito cedo eu via e conversava com os mortos...

Minha familia me julgava!

E me escondia dentro de casa para que ninguém descobrisse a verdade...

Os espiritos eram a minha única companhia!

E fui crescendo naquela prisão e descobrindo outros dons...

Um certo dia um espirito me chamou do lado de fora, mesmo com medo eu fui...

Ele me levou ao cemitério que ficava próximo da minha casa...

Um cemitério muito antigo, onde minha bizavó estava enterrada...

Ela era feiticeira!

Me sentei no tumulo dela e comecei a chorar!

Não sabia porque minha familia me maltratava tanto...

Logo ela apareceu e se sentou do meu lado!

E me falou que eu era herdeira de todos os seus dons...

E me deu vários conselhos!

Daquele dia em diante sempre que pudia eu fugia daquela casa e ia pro cemitério...

Os espiritos de lá e minha vó fizeram de mim a guardiã dos seus segredos...

Aprendi feitiços, simpatias, bruxarias e magias!

Eu tinha sede de saber, aprendia tudo que podia e até o que não podia!

Desenterrei do tumulo de minha vó um livro muito antigo com magias poderosas...

E levei pra casa, minha familia ao reconhecer o livro me indagou...

Porque estava fazendo aquilo?

Me humilharam, disseram que eu era um demônio e me jogaram na rua!

Em uma casa abandonada próximo do cemitério eu fiz a minha morada...

Os espiritos me auxiliavam em tudo, e por um tempo fui feliz naquele casarão abandonado!

Durante as madrugadas eu me dirigia até o cemitério para praticar as mágias...

Magias as quais eu já dominava!

Até que um dia minha vó apareceu, e disse que meu tempo estava terminando...

Eu pude ver na minha frente como seria a minha partida!

O tempo foi passando e eu sabia que estava próximo...

Até que um dia um padre novo que havia chegado na cidade bateu na porta do casarão..

Eu já sabia que ele teria ido pra cidade para me matar...

Pois ninguém daquele lugar teria coragem!

Abri a porta e ele ficou paralisado com a minha beleza...

Em seus pensamentos passaram cenas impuras...

E eu logo cortei aquele delirio dele perguntando!

Como um padre poderia ter pensamentos tão impuros com uma jovem como eu?

Os olhos do padre fervilharam de ódio, ele começou a gritar que eu era uma bruxa maldita!

Eu ria da situação!

Pois enquanto eles me amarravam todos tinham pensamentos impuros!

E eu lia todos!

Antes de chegar a praça eu perguntei ao padre se podia lhe fazer um pedido?

E ele prontamente me antendeu pois no fundo ele estava encantado!

Eu pedi pra não ser queimada!

Chegamos na praça e algumas pessoas já paravam pra olhar...

A minha sina se cumpria e eu não estava nem um pouco preocupada...

Pois sabia que a morte não era o fim!

Fui degolada em praça pública!

De longe olhava as pessoas olhando aquela cena...

E dizendo "tão jovem, tão linda, que triste fim"!

Enquanto outras jogavam pedras e falavam palavroes!

Em pouco tempo o céu escureceu, e a chuva caiu...

Foi uma chuva negra!

Então o padre atendeu meu último pedido!

Que os pedaços do meu corpo fossem enterrados no cemitério...

Sim, na calunga, ao lado de minha amada vó!

E assim se cumpriu a minha sina e eu voltei pro meu lugar!

Agora já estava pronta!

Conhecia tudo o que precisa da magia!

Certamente saberia e usaria para fazer o bem no plano espiritual...

Pois sou Maria Padilha do cemitério!

Caso você precisar é só me chamar! 🌹

Saravá Fraterno, Axé Filhos de Umbanda!

Pai Jonathas de Ogum.'.