quarta-feira, 18 de julho de 2018

Pomba Gira Maria Sete Saias

Na primeira vez em que o Pai de Santo Nenê de Oxumare, sentiu a energia da Sra. Sete Saias, foi aos seis anos de idade. Por causa da tenra idade, a incorporação foi suspensa durante os dois anos subseqüentes.
A partir de então, o Pai de Santo deu inicio às in­corporações com a energia Sete Saias, mentora esta que traz um brilho especial para sua jornada.
É difícil concluir, resumir e descrever Maria Sete Saias: para os adeptos da Umbanda e o do Candomblé, é fácil! Ela é uma Pomba-Gira que alegra os terreiros, fumando, cantando, dançan­do e trabalhando pelos seus. Mas é exatamente aí, que a Sete Saias desse Sa­cerdote, quebra qualquer pro­tocolo, rótulo ou paradigma, fugindo à todas as regras.
Diz o próprio Pai Nenê que hoje, após conhecer um pouco sobre a vida passada dessa entidade, suas missões e resgates e sobre o objetivo que a mantém aqui junto dele e todos que a cercam, ele entende claramente suas ati­tudes. Para os filhos, que ela trata com absoluto respeito, amor e carinho, Sete Saias é, Mãe! Acreditem! É a mais doce das mães carnais, que qualquer filho poderia ter, se comparado a uma.
Conselheira, terapeuta, psi­cóloga, amiga e mãe. Estas descrições talvez consigam permear o todo, chamado Sete Saias. Os hábitos co­muns de uma Pombo-Gira em terra, são ultrapassados por ela. O que se sente quando ela está no plano terreno é paz! Uma segurança incomensurável, uma doçura de­bochada como a de uma me­nina mulher.
Ela é absolutamente fiel ao que cumpre, ao que acredita, e a tudo aquilo que busca na Terra. Fala o que precisa ser dito! É objetiva nos conselhos que dá e goza de uma paixão pela vida que nos ensina o quanto vale a pena viver como humanos, a cada encontro.
Sete Saias não se faz maior ou menor, não rebaixa ninguém, nem valoriza além do que nos cabe. Ela é ver­dadeira no que faz, no que sente e na forma como se relaciona com seus filhos e clientes. Para todos é sempre a mesma. Não há distinção, partidarismo ou preconceito. É mestra por natureza e hu­milde, sobretudo quando é questionada e não tem res­posta certa, vai buscar. Alu­na incessante da faculdade da vida, um espelho para refletirmos sobre nosso cres­cimento espiritual, sobre quem somos e o que estamos fazendo de nossas vidas. É impossível não se apaixonar por ela, porque no fundo, to­dos nós seres humanos bus­camos a seriedade e a verdade nas nossas relações interpessoais e isto ela esbanja. Perspicaz, audaci­osa e espontânea, ela é ela, mesmo que isto desagrade às convenções. Seu olhar fir­me, energia que transborda alegria e amor, um contato que todos deveriam fazer, pelo menos uma vez na vida.
Conhecer Sete Saias é descobrir-se um pouco mais, afinal, seu trabalho é este!
Fortalecer cada ser huma­no para que ele próprio possa ser dono de si e trilhar sua pró­pria história Este é um dos fatores determinantes para se admirar muito esta energia, num mundo onde todos que­rem ser submissos a si. 
DEPOIMENTO ROBERTA DE MORAES SOBRE SETE SAIAS!
Doce poesia, num “reconhecimento” total de mim. Meu porto, colo e força, um paradoxo! Energia que me faz transmutar, vencer meus próprios limites, percorrer os espaços que eu mesma desconhecia em mim. O encontro com a “velha amiga”, é a sensação mais gostosa, íntima e plena que posso sentir, no que tange o plano espiritual.
Ela é a certeza de que a vida trans­põe espaços físicos e do quanto sou apenas uma partícula da grande obra divina; mas é, também, o espelho que reflete a mim mesma, o quanto sou única, capaz e infinita. Doce limiar entre este e o mundo que não vejo; a resposta coerente para as tantas dúvidas que soavam descon­tentes em mim. Minha metade que brinca de ser menina, que pisa as poças d’água fazendo festa e o olhar certeiro de mulher guerreira que não hesita ao perceber o alvo. Tradução da espiritualidade que sou e busco; brilho de luz em noite sem Lua; o sopro do vento de Oyá e a deliciosa meiguice do colo farto de Osum, mãe de nós.
Ela é o gosto promissor da nova era, a chama da evolução que acredito para os homens; um elo entre aquilo que fui, o que sou e todas as minhas aspirações.
Sagrada legenda da minha ideologia; coragem e bravura a luz dos meus dias. Sete saias é a possibilidade! Um conjunto infinito de razões para se compreender a “nova espiritualidade”. Ela é a ponte entre todos os povos, raças e cores; a verdadeira face de todos os amores; o desafio certo para quem, como eu, exerce o ofício de viver, além dos rótulos, além dos credos, além dos mitos.
Maria é a percepção, a revelação, a sensibilidade e o entendimento. Um terno balanço de barco a ninar um rebento; acalanto de sol, dourando a pele; reflexo do meu próprio rosto nas águas infinitas dos rios de Osum.
Fonte: Fonte: Revista Orixás, Candomblé e Umbanda – Ano I – Nº 04

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